* Por Ana Rita Petraroli

Ter uma ideia inovadora, colocar em prática e ter potencial de desenvolvimento é apenas o começo para que um investidor passe a olhar para uma startup como um possível negócio. Alguns fatores são determinantes no momento da avaliação, como conhecimento técnico do investidor, tendências do setor de atuação da empresa, oportunidades e região de atuação.

A partir dessa análise prévia, entra a questão da expectativa do investidor, de acordo com seu perfil, e o nível de risco que está disposto a assumir. Além das aceleradoras ou incubadoras, que apoiam as startups no início de sua atuação por um período determinado, existem aqueles que buscam uma valorização do seu investimento para uma futura saída do negócio, normalmente representados por fundos de participação como private equities, venture capitals e, eventualmente, investidores anjo.

Antes de considerar uma avaliação financeira formal, o investidor verifica como serão as regras de relação entre os sócios, relacionadas a aprovações ou vetos de matérias, governança, mecanismos que facilitem a sua liquidez e proteção patrimonial. Para o empreendedor, um ponto a ser considerado é o nível de envolvimento do investidor, ou sua equipe, na gestão da empresa.

Alguns preferem atuar apenas por intermédio do conselho administrativo, com indicação de uma diretoria financeira, enquanto outros interferem profundamente nas operações, inclusive substituindo pessoas e gestores. É preciso avaliar se esses interesses estão alinhados com os valores da startup, para evitar uma prospecção equivocada.

O histórico dos futuros sócios em relação a acordos anteriores e a facilidade de relacionamento também estão entre as características analisadas pelo investidor. Uma empresa pode ser considerada excelente e muito promissora, mas se os empreendedores não mantiverem um bom relacionamento com seus parceiros, ela perde seu valor e, consequentemente, deixa ser atrativa. Essa relação é essencial para que eventuais discordâncias financeiras sejam resolvidas mais facilmente.

Mesmo com ferramentas que apontem as principais questões a serem analisadas, direcionando para uma tomada de decisão, é necessário estar atento a pequenas variáveis que, aparentemente, não seriam importantes. Um comentário mal interpretado ou uma percepção subjetiva e emocional pode acabar com boas negociações. Ao prospectar um investidor, deve-se estar atendo a todos os fatores que podem eliminar sua empresa da lista de possibilidades de aporte.


Ana Rita Petraroli é sócia-fundadora do Petraroli Advogados.

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