A Ninsaúde, startup de tecnologia da informação que atua no mercado de saúde, acaba de adquirir a Livemed, empresa que atuava na região sul de Santa Catarina. Após três meses de negociações, a empresa iniciou a migração dos clientes para a plataforma Apolo, que é responsável pela gestão de agendamentos em clínicas e laboratórios, e por levar informação de forma rápida para médicos e pacientes. Os valores não foram divulgados.
Para Helton Marinho, CEO da Ninsaúde, o momento atual do mercado é de comprar ou ser comprado. “Crescer organicamente não é uma opção. A Lifemed fez um excelente trabalho na região de Tubarão, conquistando uma fatia significativa dos consultórios e clínicas da região, e isso chamou a nossa atenção”, explica o executivo. “Com esse movimento, a Ninsaúde aumenta a presença no mercado catarinense de clínicas e consultórios e consolida a liderança no sul”, afirma.
Para o empresário Thiago Martins, ex-proprietário da Livemed, a venda exigiu coragem e visão de mercado. “Não foi uma decisão fácil para mim. Sou um entusiasta por tecnologias que envolvem o segmento da saúde, que valorizem a organização e a otimização do setor. Mas agora, mais do que nunca, poderei auxiliá-los de uma forma mais calibrada, uma vez que serei parceiro de uma grande empresa”, conta.
Para o futuro próximo, a Ninsaúde deve chegar a mais três regiões distintas do Brasil. Atualmente, a healthtech investir em novos canais de distribuição em países da América Latina. O objetivo da startup é adquirir empresas que possuam sistemas obsoletos ou que tenham trabalho em excesso para se adaptar às necessidades do mercado atual, que está demandando mudanças diárias. “Chega uma hora que faltam braços para o empreendedor e o melhor a fazer é se juntar a outras empresas, mais fortes e preparadas para competir. A Ninsaúde está nesse momento”, afirma.
Expansão da startup
Recentemente, a Ninsaúde passou a atuar na Colômbia, no Peru, no Panamá e no Chile, com grandes chances de entrar em mercados ainda maiores como Argentina, México e Equador muito em breve.
Para Marinho, a expansão é reflexo direto de uma cultura de desenvolvimento que ganha cada vez mais força no Brasil, baseada na união de várias frentes de trabalho e de colaboradores. “O incentivo fiscal, a mão de obra qualificada disponível, as várias faculdades de TI e as redes de investidores são fatores determinantes para que projetos de tecnologia tenham o impulso necessário”, diz o CEO da Ninsaúde.
O executivo ainda avalia o papel do avanço da tecnologia na área da saúde e considera que a presença digital em redes sociais será um grande diferencial para os médicos daqui em diante. “Depois da hype da telemedicina, o modelo de segunda opinião via teleatendimento será o futuro”, afirma.
Contudo, Helton acredita que a tecnologia não substituirá o contato físico e nem mudará a importância das consultas presenciais. “As pessoas precisam se encontrar, conversar e discutir tratamentos. O que acredito é que os pacientes vão passar a procurar segundas opiniões mais vezes, valendo-se de médicos renomados em grandes centros”, conclui.
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