26/10/2018

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O número de startups no Brasil só cresce a cada ano. Elas são inúmeras, de diversos segmentos e com características peculiares. Mas será que todos os empreendedores sabem como preparar sua empresa para receber investimento?
 
Esse foi exatamente o tema abordado pelo advogado Rodrigo Menezes da Derraik & Menezes Advogados, na Conferência Nacional da Anjos do Brasil. Com mais de 100 startups em sua lista de clientes, o escritório recebe os mais variados perfis de empreendedores, inclusive os que pouco conhecem do ecossistema de startups, nem mesmo algumas das práticas básicas do setor.
 
A quantidade de empreendedor que bate no escritório, mas não sabe o que faz, é abissal”, conta Rodrigo. “Também sou investidor-anjo, então recebo empreendedores e tento colocar a realidade, porque muita gente tem a ideia, não tem um negócio e já se preocupa com questões jurídicas”, conta o advogado.
 
Segundo a recomendação dele, quem deseja preparar uma startup para investimento deve, primeiramente, certificar-se de que o seu negócio está parando de pé. “Se o empresário diz que perguntou para quem sabe, mas ainda não tem certeza se o negócio se sustenta, já digo que ele não deve montar porque vai se dar mal”, explica.
 
Se, por outro lado, o empreendedor conhecer bem o seu negócio e tiver certeza de que ele é viável, aí chega o momento de entender o que o investidor quer que você faça.
 
A seguir, listamos alguns pontos que não podem passar despercebidos quando sua intenção é receber investimentos em startups, listados por Rodrigo Menezes na sua fala na Conferência da Anjos do Brasil de 2016.
 
Confira abaixo uma lista do que investidores anjo avaliam antes de realizar um investimento:
 
1) Faça tudo dentro da lei, da maneira correta
 
Pode parecer redundante dizer que o investidor deseja que tudo seja feito da maneira correta, mas é imprescindível que a startup seja estruturada de acordo com o que a lei diz. Driblar as regras para elevar o lucro, burlar regulamentações e se aproveitar de vantagens indevidas é algo que definitivamente espanta os investidores.
 
2) Conheça temas que se relacionem ao seu negócio e ao processo de investimento
 
O cara pode até ter uma boa empresa e colocá-la de pé. No momento de receber investimento, o investidor espera que você tenha conhecimento desse processo, que ele tem ciclos”, explica o advogado, enfatizando aspectos como termo de confidencialidade, documento de intenções, auditoria dentro da companhia etc., que farão parte da rotina da empresa se ela for aprovada para receber o aporte.
 
3) Conteste o que um advogado disser
 
O empreendedor que confia 100% no que o advogado diz não é um bom parceiro para os investidores. Rodrigo Menezes, que é advogado, enfatizamos, destaca que é fundamental contestar o que qualquer profissional disser, especialmente para chegar às concessões da negociação.
 
4) Tenha dedicação integral contratual
 
O contrato de investimento em uma startup pode prever algumas cláusulas como as de “lock-up”, que prendem o empreendedor à companhia, estipulando um prazo para ele se dedicar integralmente ao desenvolvimento do negócio. Se ele sair, o investidor fica com toda sua participação.
 
Outra cláusula possível é a de “No Compete”, prevendo que o empreendedor não pode concorrer com o investidor em negócios paralelos. Respeitar esses tipos de cláusula é primordial na construção dessa relação.
 
 
O que é (ou não é) tolerado pelos investidores em startups
 
Embora existam regras bastante rígidas na relação entre investidor e empreendedor, algumas ações são toleráveis. “Alguma informalidade e tomada de risco dentro desse processo é aceita, porque estamos no Brasil”, conta Rodrigo, que chama atenção para o fato de investidores NÃO tolerarem mentiras e omissão de informações.
 
Estipular as regras do jogo também é fundamental para atrair investidores. Você precisa, por exemplo, ter um documento que estipule a porcentagem de cada sócio, detalhando como cada um atua no negócio.
​Este documento é geralmente chamado de Cap Table – você pode saber mais sobre Cap Table aqui no Blog da Anjos, é só acessar o link ou assistir a palestra que vai acontecer no dia 10 de Dezembro na Conferência anual da Anjos do Brasil.

Pagar tributos é outro ponto abordado pelo especialista, já que muitos empreendedores tentam burlar a tributação vigente para obter vantagens. “Tivemos um caso em que um investimento não foi para frente porque o negócio não parava de pé se fossem considerados todos os tributos que deveriam ser pagos”, explica Rodrigo, alertando para a necessidade de avaliar o negócio em 360 graus.
 
Isso vale também para licenças aplicáveis ao negócio. “Vimos um caso em que o cara tinha montado laboratório e não tinha licença da Anvisa. Então, o investimento não aconteceu porque o investidor não vai tomar esse tipo de risco”, complementa.
 
Por fim, algo não tolerado pelos investidores são contratações irregulares. Fraudes em relação ao trabalho espantam os investimentos e, por isso, uma startup deve ser totalmente alinhada às leis, para que um aporte seja viabilizado.

Palestras como a de Rodrigo Menezes acontecem nas conferências da Anjos do Brasil. A próxima, acontecerá no dia 10 de Dezembro. Para ficar por dentro do conteúdo da Conferência, acesse o link.

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