Santa Catarina concentra um grande número de startups na capital, Florianópolis e e em grandes centros, como Joinville e Blumenau, cidades que são consideradas ecossistemas de tecnologia. Essas regiões contam com fundos de investimento local, aceleradoras, incubadoras e um forte networking que gera suporte para o desenvolvimento do setor nas cidades.  Mas, distantes dos polos, há empresas que se desenvolvem e aprenderam a lidar com dificuldades como a escassez  de recursos financeiros e dificuldades no recrutamento de pessoas.

Saiba como empreendedores superaram essas barreiras e conseguiram criar soluções de sucesso:

Talento não é só nos grandes centros

A Hiper nasceu em Brusque, cidade do interior catarinense com um setor têxtil muito desenvolvido. Seguir uma carreira fora desse mercado era nadar contra a multidão. Seus fundadores trabalhavam na Havan e enxergaram a oportunidade de desenvolver uma solução para o micro e pequeno varejo.

Atualmente, a empresa é responsável pelo Hiper Gestão, software capaz de monitorar do estoque até a frente de caixa de um comércio, além de proporcionar adequação fiscal, emitindo notas e transferindo dados para a contabilidade.

Recentemente, a empresa foi adquirida pela Linx, em uma transação que pode chegar a R$ 50 milhões. “Mesmo com a transação decidimos manter a sede da empresa em Brusque. Temos muito orgulho do trabalho que desenvolvemos na cidade e do nosso time. Conseguimos trazer muita gente boa e acabar com a síndrome de vira-lata, de que só há profissionais qualificados nos maiores centros. É claro que também atraímos mão de obra de outros estados. Hoje temos mais de 100 funcionários, incluindo profissionais do Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal”, comenta Tiago Vailati, CEO da empresa.

“Minha experiência mostra que é possível sim empreender em uma cidade do interior. A tecnologia nos aproxima dos grandes centros”, finaliza Tiago. Atualmente a Hiper conta com mais de 15 mil clientes e está presente em quase 2 mil cidades brasileiras.

Se o produto é bom, você vai vender

Rio do Sul é uma cidade com apenas 60 mil habitantes e é lá que fica a sede da Effecti, empresa especializada em desenvolver soluções de automação para fornecedores de licitações. Hoje a startup conta com mais de mil clientes e está presente em todo Brasil.

A empresa cresceu inteiramente por bootstrap, ou seja, sem receber nenhum aporte. “Estar no interior não é um fator limitante para gente. Conseguimos crescer e escalar nossa solução, pois identificamos um problema no mercado que nosso produto resolve. Não adianta estar em um grande centro e ter um produto que não impacta de verdade a vida das pessoas. Temos orgulho da nossa história até aqui e não pensamos em deixar Rio do Sul”, comenta Fernando Salla, CEO da Effecti.

Perto do cliente

Estar longe da capital foi positivo para a Unifique, telecom fundada em Timbó, em 1997, a 180 quilômetros de Florianópolis. A empresa começou oferecendo serviço de acesso à internet discada apenas no município. Quase uma década depois passou a investir em redes de fibra óptica, aproveitando um vácuo deixado por grandes operadoras de telefonia, que concentraram investimentos em grandes cidades.

Hoje, a Unifique está em 116 cidades de Santa Catarina e cresce, em média, 30% ao ano. A meta é conquistar 1 milhão de residências em cinco anos. Na última pesquisa de satisfação da ANATEL, a Unifique foi a operadora de banda larga fixa de Santa Catarina melhor avaliada pelos usuários, à frente da NET, Vivo e Oi.

No Brasil, tem a terceira melhor nota (7,64), antecedida por Copel (8,35) e Brisanet (7,89). “Sempre combatemos o poderio econômico dessas grandes empresas com a proximidade”, afirma Fabiano Busnardo, presidente e fundador da empresa.

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