O poker, os esportes eletrônicos e o futebol americano são modalidades com naturezas diferentes, mas com um propósito em comum: o alto potencial. Esses três esportes, dois considerados da mente e um em que é necessário muito físico para a prática, aparecem no radar como alguns dos mais emergentes no Brasil e seu futuro promete boas possibilidades de negócio no país.

Futebol americano

A National Football League (NFL) é a liga mais poderosa dos Estados Unidos e no âmbito mundial, quando o assunto é lucro, ela rivaliza em pé de igualdade com os maiores torneios do futebol da bola redonda, como a Premier League, a Champions League e até mesmo a Copa do Mundo.

Claro, no Brasil a realidade é muito diferente e o futebol americano praticado no país ainda está engatinhando quando comparado ao que acontece nos Estados Unidos. No entanto, a modalidade já tem o seu reconhecimento por aqui.

Guto Sousa, profissional do marketing esportivo, presidente do time João Pessoa Espectros e uma das cabeças da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), deu uma entrevista para o Esportivo Executivo no início deste ano em que revelou o otimismo em relação ao crescimento dessa modalidade no famoso “país do futebol”.

“O crescimento de assinantes de TV a cabo, pessoas com acesso à internet e com acesso à tecnologia mobile, possibilita que mais pessoas tenham acesso ao tipo de conteúdo necessário para que você encontre o futebol americano. As pessoas começam a descobrir que existe futebol americano no Brasil e eventualmente é praticado na sua cidade ou no seu estado, e aí podem se interessar a assistir um jogo”, afirmou Guto.

Já Ítalo Mingoni, consultor da CBFA, afirma que o esporte está crescendo muito e que a Confederação tem a responsabilidade de realizar investimentos precisos para que a ascensão seja ordenada, sustentável e efetiva.

Tudo isso abre portas para novas possibilidades de negócio, como patrocínio, fabricação de uniformes específicos para os times, venda de materiais esportivos e criação de novas equipes que podem se tornar cada vez mais rentáveis no futuro.

“O sucesso do futebol americano no Brasil tende a se intensificar nos próximos anos e, com ele, as oportunidades de patrocínio e ativações de marca. Isso abre uma gama de oportunidades para empresas de todos os portes e de diversos setores”, afirma Guilherme Oliveira, do site Lemon 360.

Um fator importante que anima os empreendedores é o fato de que o futebol americano não está concentrado apenas no eixo Rio-São Paulo. Equipes do Nordeste, do Sul e de Estados como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul estão crescendo consideravelmente e contam com um número crescente de adeptos à prática do esporte.

Tudo isso faz com que os empresários tenham oportunidade de empreender em diferentes regiões do país e ajuda a alavancar a popularidade do futebol americano por todo o Brasil.

Esportes eletrônicos

Uma das modalidades que mais crescem a nível global, os esportes eletrônicos também estão em alta no Brasil. Segundo a empresa Newzoo, especializada em relatórios sobre o setor, o Brasil tem cerca de 12 milhões de torcedores ocasionais e 9,2 milhões de entusiastas. Números que colocam o país como a terceira maior audiência cativa no mundo quando o assunto são os e-Sports.

Atrás apenas dos Estados Unidos e da China em números de fãs, o Brasil tem um público que não para de crescer e que demonstra muita paixão por games como Counter Strike: Global Offensive, League of Legends, Overwatch, Fifa e muitos outros.

A atmosfera aquecida do mercado brasileiro de esportes eletrônicos faz com que agora seja o momento ideal para investir nos games.

Vários famosos do esporte brasileiro já adentraram no ramo dos e-Sports. Um deles é Ronaldo Fenômeno, que em 2017 comprou uma parte da equipe CNB, que é uma das mais fortes do país. O atleta de poker André Akkari, um dos maiores competidores da história do país nas mesas de feltro, também não deixou a oportunidade passar e participou desse investimento.

Investir em esportes eletrônicos não significa apenas comprar uma parte de uma equipe ou criar uma. Ações como patrocínio, venda de produtos, criação de sites e plataformas e streaming de partidas e competições também estão diretamente relacionadas com o empreendedorismo nessa modalidade.

Em termos mundiais, vale a pena citar que outro relatório da Newzoo afirmou que o mercado de esportes eletrônicos vai superar a marca de US$ 1 bilhão em 2019. Sendo que cerca de metade desse total está relacionada a patrocínios.

Poker

Outra modalidade que vive um grande crescimento global, o poker atualmente conta com milhões de entusiastas e diversas formas diferentes de praticar.

A maneira mais tradicional é o poker disputado em mesas especializadas, que comportam até 10 competidores. Nelas, é possível disputar partidas da modalidade com o baralho físico em torneios caseiros, semiprofissionais e profissionais de diferentes níveis.

Já a maneira online de praticar a modalidade é bem mais recente e surgiu há cerca de duas décadas. Muito importante para a popularização desse esporte, a ascensão do poker está estritamente relacionada ao crescimento do poker online e suas diferentes variantes. São milhares de plataformas disponíveis na internet e os jogadores brasileiros estão no topo quando o assunto é qualidade no ramo competitivo.

No que se refere ao empreendedorismo no poker, a criação de novas confrarias especializadas no esporte é o principal tópico. O principal exemplo de sucesso nos negócios do poker nacional é Igor Trafane. Conhecido como “Federal”, ele já foi presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) e atualmente comanda um verdadeiro império nas cartas.

Trafane está prestes a inaugurar uma casa do H2 Club, que atualmente é o clube de poker mais tradicional da capital paulista. Para atender a uma demanda cada vez maior, o empresário decidiu mudar a sede para um novo estabelecimento em setembro deste ano.

A nova casa do H2 Club será bem maior. Com investimento de aproximadamente R$ 3 milhões, terá 430 assentos distribuídos por 2.000 metros quadrados. Em entrevista para Ana Carolina Soares, do site da Revista Veja, Trafane afirmou que a nova unidade deve aumentar o faturamento do clube em 50%.

São cerca de 700 mil paulistanos que praticam o poker em diferentes confrarias especializadas e o número só deve aumentar nos próximos anos. Sendo importante ressaltar que diversas iniciativas similares a de Trafane, ainda que em menor em escala, estão sendo realizadas em outros pontos do Brasil.

Competições como o Brazilian Series of Poker (BSOP) atestam ainda mais o crescimento do poker nacional. No ano passado, por exemplo, o BSOP Millions, que foi a etapa de encerramento da temporada 2018, contou com mais de 3.000 competidores.

O mercado aquecido e o fato de que o poker cresce tanto nos clubes especializados quanto no modo online dão muita confiança para os empreendedores que querem investir na modalidade.

Para completar, são esportes que estão ganhando espaço na TV

É fato que atualmente plataformas como YouTube, Twitch e redes sociais como Instagram e Facebook são ótimos meios para divulgar uma competição ou realizar transmissões de campeonatos. No entanto, é sempre uma nota positiva quando um determinado esporte consegue espaço na TV fechada.

O futebol americano brasileiro, por exemplo, já conseguiu uma transmissão na ESPN e o campeonato nacional deste ano terá cobertura da emissora. Ela também é a casa do poker há muito tempo, enquanto os esportes eletrônicos estão ganhando transmissões tanto nela quanto na SporTV.

Todos esses fatores apontam para um mercado que nos próximos anos só deve crescer para essas modalidades emergentes. Para empreendedores do mercado esportivo, esta é uma excelente hora de investir.

Originalmente publicado neste site

Ronaldo Faria Lima
Desenvolvedor de software há 23+ anos. Escreveu software para indústrias diversas, como telecomunicações e hospitality, em sistemas que variam de aplicações de missão crítica a sistemas embarcados em plataforma móvel celular.

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