Martha Gabriel e Gil Giardelli, referências em inovação, futurismo e tecnologia analisaram o impacto das tecnologias na sociedade atual que enfrenta momento de mudanças com a pandemia

A palestra “Cenários futuros e sociedade 5.0”, já assistida por mais de 4 mil pessoas nos canais do Startup Day 2020, contou com a participação dos especialistas Martha Gabriel e Gil Giardelli, ambos referências no país em inovação, tecnologia e futurismo. Com a mediação da analista do Sebrae, Leandra Costa, os convidados debateram as transformações e os impactos trazidos pela tecnologia na sociedade e as principais tendências para o futuro. A palestra aconteceu na tarde deste sábado (30) e encerrou a programação do evento realizado pelo Sebrae e considerado um dos mais importantes do país voltados à inovação. 

Durante o debate, o público teve a oportunidade tirar dúvidas e conhecer mais sobre os conceitos de sociedade 5.0, tecnologia 5G, benefícios da IA na vida das pessoas e o impacto das transformações trazidas pela tecnologia para o mundo dos pequenos negócios.

De acordo os especialistas, a pandemia da Covid-19 acelerou o processo de transformação digital que já vinha acontecendo. Segundo Martha Gabriel, os empresários que possuem um negócio estruturado no ambiente físico precisam repensar seu modelo de negócio. “Os pequenos negócios tradicionais precisam ser mais flexíveis. Além disso, se quiserem manter o negócio físico após a quarentena, é preciso investir na experiência do cliente”, analisou. Para Giardelli, a criatividade transformada em inovação é fundamental para os empreendedores. Ele apresentou vários exemplos de negócios, fora do Brasil, que conseguiram se destacar mesmo durante a pandemia. “Não tem só live de músicos na internet. É preciso se reinventar”, destacou.

Confira abaixo alguns dos melhores momentos do debate.

1. Como avaliam a sociedade 5.0 neste momento em que o digital se tornou tão necessário?

Martha Gabriel – A sociedade 5.0 é a nossa próxima etapa de transformação e evolução, que depende de criarmos uma infraestrutura. Colocando inteligência nessa conexão, chegaremos em uma sociedade super smart, centrada no ser humano. Antes da quarentena, já tínhamos alguns cenários previstos para o futuro, mas agora percebemos que a aceleração digital acontece para alguns setores e para outros não. Então, temos que encontrar uma recolocação para esses ritmos. Também estamos vendo o uso de robôs no dia a dia das pessoas que antes tinham medo dessa tecnologia. É preciso enxergar que tem coisas que robôs e inteligência artificial vão fazer que os seres humanos não fazem.

Gil Giardelli – Essa discussão começou no Japão durante reunião do G-20 onde os países se comprometeram a lançar projetos com conceitos da sociedade 5.0 em 2025-2028. Agora com esse tempo de Covid-19 e pandemia tudo foi acelerado ao colocar o ser humano no centro de tudo. Para mim, a sociedade 5.0 já começou quando a gente vê o uso de robôs dentro de hospitais para o tratamento da Covid-19. É interessante destacar que essa transformação digital está acontecendo no Brasil inteiro. Tem um hospital de Manaus que está investindo em super robôs de operação. Então, a inovação está chegando em todos os lugares do país.

2. Qual são as oportunidades no mundo dos negócios, levando em consideração o futuro e as tendências do ser humano como centro da sociedade?

Martha Gabriel – Quando se fala em tendências de comportamento, vemos que foi uma exigência ser ágil e inovar, o que as startups já fazem, mas gostaria de destacar a importância da colaboração. A gente que trabalha com transformação digital sabe que não existe sucesso em ambientes complexos sem colaboração. Fica a dica para os pequenos negócios da importância de ter sócios que podem colaborar com o negócio e não apenas um dono. Quanto a tendências tecnológicas para o futuro, ainda estamos no começo e a capacitação é fundamental. Estamos vendo que as pessoas que fazem trabalho intelectuais foram menos impactados pela quarentena e que também está havendo uma mudança nas formas de trabalho.

Gil Giardelli – Eu acredito que estamos na Era do Conhecimento e que já passamos da Era Digital. Sua vida é considerada rica pelo conhecimento que você tem. O que acontece é que quando temos um grande movimento a gente observa milhões de pessoas que optaram por não saber, o que chamamos de “paixão pela ignorância”. Então a gente vê esse mundo que está em convulsão e que o diferente não consegue conversar. Para o mundo dos negócios, as pessoas vão querer comprar valores e experiências.

3. Como vocês definem o “pós-normal” para as grandes massas digitais?

Martha Gabriel – Eu sei que muita tem gente tem usado esse termo, mas eu particularmente não gosto porque quando a gente vai para um novo “status quo”, ele é um novo normal. Então eu prefiro falar em um normal mais dinâmico do que um novo normal porque o pós é quando aqui já não existe mais. Segundo ponto é que esse novo normal vai continuar existindo por uma necessidade do ser humano em estabelecer um estado considerado normal. Para as massas digitais, para quem era negócio físico, eu acredito que devemos imergir em uma coisa mais híbrida, ou seja, não vai ser só uma coisa ou outra. De qualquer forma, quando a gente evolui a gente não volta para o estágio anterior.

Gil Giardelli – Eu gosto do termo “pós normal” porque na verdade esse termo foi usado inicialmente na década de 80 para tratar de um cenário de muita contradição, muita complexidade e muito caos, sendo que o remédio para ir em direção ao novo normal seria a colaboração e a conectividade não só como o digital, mas como sociedade. Observando o histórico das pandemias, sabemos que elas mudam a consciência, mas a grande mudança vem com a próxima geração.

Para acessar o debate completo, clique aqui.

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