* Felipe Rodriguez 

A aplicação de Agile marketing nos mais variados projetos exige interação cada vez maior das equipes que dominam essa estratégia. A prestigiada ferramenta funciona bem desde os mais robustos aos mais compactos planejamentos dentro de uma empresa. O objetivo vai muito além de ser simplesmente uma metodologia ágil de gestão de projetos que utiliza ciclos curtos de trabalho. E sua abordagem interativa e incremental se traduz em melhorias contínuas nas estratégias de marketing.

Mas como ter um processo fluído, ágil, flexível, a partir de boas práticas, e extrair os melhores insights na estrutura de marketing? Uma perspectiva segura é sempre se orientar pela necessidade específica para cada cliente, levando-se em conta a experiência com cada ação e seguindo os fluxos de implementação de metodologia.

O agile maketing é concebido a partir de comportamento e atitudes. Como o momento atual exige muita adaptabilidade e flexibilidade nas organizações, o conceito de marketing ágil deve ser incluído e implementado na prática dos negócios.

Eu costumo dizer que para fazer a ‘roda girar’ é vital conectar áreas complementares em um mesmo objetivo, como por exemplo, atendimento com o time de projetos e suas distintas lideranças. Essa sinergia forma uma grande oportunidade de acelerar os processos, tracionando melhor as demandas do cliente.

Para atingir os resultados ao longo das iniciativas realizadas, o melhor caminho é investir numa visão de multidisciplinaridade, com conversas frequentes entre as equipes, trocas para provocar a quebra de silos entre departamentos, seja projetando tecnologias complementares, usando as várias práticas de marketing, enfim, tudo o que possa transformar e gerar benefícios para o cliente.

Cada vez mais, vemos a necessidade de ser ágil na tomada de decisão e na mudança e readequação de rota, de ter menos planejamento fixo e ter muitas cabeças conectadas, que pensam diferente, movimentando essa sinergia, com recorrência de conversas, operando sempre com olhar para o resultado do cliente. Hoje, não atuamos mais com a chamada ‘entrega de prateleira’, é tudo mais personalizado. Agora, essa dinâmica também tem de ser impressa dentro do cliente. Temos que corresponder a esse novo movimento e o marketing ágil veio para auxiliar nesse formato. Aqui, vale lembrar que há circunstâncias em que não é tão fácil fazer essa movimentação, podemos ter um ‘transatlântico’ que não consegue fazer a mudança de rota tão rapidamente. E aí entra nosso maior desafio.

Há barreiras culturais a serem transpostas, temos milhões de variáveis e precisamos ter a capacidade de se adaptar e se modelar para uma corrigir rotas em tempo real e ter a coragem de tomar melhores decisões, ou seja, nessa etapa vale exercer a adaptabilidade e a flexibilidade.

Não podemos confundir agilidade com velocidade para atingir determinados resultados. Não é bem assim que funciona. A melhor tática é fazer mini entregas, entregas pontuais, com coleta de resultados nas primeiras semanas. Assim, é possível ver o alicerce do projeto subindo mais rápido. Você experimenta iniciativas menores e vê como se comportam, passo a passo, com ações mais testáveis e não mais uma campanha gigantesca. Desta forma, você traz a sensação de agilidade e de maior assertividade, diferente da metodologia tradicional aplicada. Ser ágil é o famoso ‘vamos devagar para ir rápido’, fazendo vários testes para ir mais rápido e ganhar tração.

E isso é uma novidade, ainda em fase de aprendizados. A tecnologia se adaptou bem a esse universo e entendeu o benefício de maneira mais rápida. O marketing ainda está absorvendo e trazendo essa metodologia para a nossa realidade do dia a dia e cobrando

mais de seus fornecedores. Não há tanto a necessidade de fazer uma grande reunião para tornar o projeto mais ágil, mas é fundamental estar presente na tomada de decisão e inserir cada vez mais os processos agile.

O ideal é buscar a flexibilidade e a dinâmica mais aplicável ao negócio do cliente. É importante entender a real necessidade dele, olhar para o que realmente faz sentido e, dentro do cenário que enxergamos, identificar qual a melhor forma de conduzir os métodos mais ágeis e eficientes a serem aplicados. Ter todas as opções de frameworks e ferramentas que dão flexibilidade de aprimoramento aos processos como um todo. No entanto, a confiança da liderança e a aposta no que for mais assertivo naquele momento são fundamentais. O agile é ‘líquido’ e vai se adaptando à medida que os resultados são, de fato, efetivos e comprovados.


* Felipe Rodriguez é diretor de pperações da Gauge, do Grupo Stefanini.

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