* Por Luan Gabellini 

A pandemia de covid-19 trouxe profundas transformações para os negócios, sejam eles físicos ou digitais. Novos modelos surgiram para garantir que as medidas de isolamento social não impactassem ainda mais a rentabilidade das empresas, sobretudo as do varejo. Nesse sentido, a melhor alternativa que surge em meio ao avanço do novo coronavírus e à digitalização forçada dos canais de venda e de relacionamento é a criação de clubes de assinatura. Esse conceito tem como principal vantagem o modelo de receitas recorrentes, garantindo mais segurança à empresa e mais comodidade ao consumidor (que recebe seus itens preferidos na periodicidade escolhida e no conforto de sua casa). Hoje, já são mais de 4 mil clubes on-line no Brasil – e o número tende a crescer ainda mais em 2021. Mas, antes de aderir a essa onda e aproveitar suas vantagens, é preciso tomar uma série de cuidados. Confira as principais dicas:

1 – Reforço em tecnologia

Vender em clube de assinatura tem particularidades distintas em relação a uma transação tradicional em uma loja virtual. É preciso encontrar uma solução robusta que dê conta de gerar e despachar os pedidos no prazo e nas condições que o consumidor escolheu. Portanto, o primeiro passo é buscar parceiros de tecnologia capazes de automatizar e trazer mais eficiência a esse processo com recursos próprios para esse modelo de negócio. Assim a loja consegue otimizar mais pedidos e melhorar a experiência de seu usuário ao reduzir qualquer risco na operação.

2 – Controle financeiro

Buscar boas soluções tecnológicas também ajuda a resolver um segundo ponto que merece atenção na hora de montar um clube de assinatura: a gestão financeira. Sim, há uma vantagem grande em ter receita recorrente em vez de vendas individuais em um cenário de incerteza econômica provocado pela pandemia de covid-19. Entretanto, há questões burocráticas e operacionais que precisam ser respeitadas. É necessário, por exemplo, emitir as notas fiscais a cada envio do produto ao cliente e controlar essas cobranças recorrentes, debitando o valor no dia certo para evitar ruídos na comunicação.

3 – Perfis de compra diferenciados

Os clubes de assinatura evoluíram a tal ponto que as empresas criam planos e perfis de compra diferenciados. Um consumidor que assina um serviço de entrega de vinhos, por exemplo, pode optar por receber apenas produtos de maior valor por uma quantia a mais. Ou então clubes de livros que adotam entregas de obras inéditas ou clássicos já publicados – tudo de acordo com o gosto do cliente. Portanto, essa estratégia precisa estar alinhada e planejada para enviar sempre os produtos corretos para cada um de seus assinantes.

4 – Análise do segmento

Além da parte tecnológica e da análise do perfil dos consumidores, é importante que o empreendedor faça uma investigação criteriosa sobre o segmento em que atua. Os produtos e serviços que disponibiliza ao consumidor têm apelo para recompra periódica? Há interesse das pessoas em receberem essas encomendas a partir de um único pedido? As respostas a dessas perguntas irão nortear todas as etapas de consolidação do negócio. Afinal, há segmentos com maior apelo para compras recorrentes, como alimentos, bebidas e farmácias, e outros que conseguem engajar pela experiência, como livros e cosméticos. Talvez a saída seja incluir novos produtos no portfólio para atender a esse nicho.

5 – Curadoria e informações

Por fim, o empreendedor que imaginar que o relacionamento com o consumidor termina na entrega do produto está muito enganado. Na verdade, é justamente o contrário. Os clubes de assinatura se notabilizam por manterem continuamente um contato próximo de seus usuários, possibilitando que essa interação traga mais dados que possam aperfeiçoar o serviço como um todo. Para isso, é preciso ir além do pedido e entregar valor em cada encomenda, seja com brindes e itens exclusivos ou com a oferta de infoprodutos como revistas, livros, entre outros que complementam o produto adquirido.


* Luan Gabellini é sócio-diretor da Betalabs, empresa especializada em tecnologia para e-commerce e clubes de assinatura.

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