Como os investimentos podem contribuir para mitigar a crise climática? Essa foi a pergunta de um milhão de reais lançada em uma palestra no primeiro dia de Web Summit Rio, um dos maiores eventos do mundo sobre inovação. Para Ana Luiza Squadri, CFO da re.green, os investimentos podem gerar modelos de negócios que impactem positivamente a sociedade. 

“O desmatamento ocorre muitas vezes por falta de alternativas de geração de renda. Ao criar modelos de negociação que compartilhem essa renda com as comunidades locais, podemos combater as mudanças climáticas. Existem diversas formas de investimento em áreas, projetos e empresas que podem causar um impacto significativo e ajudar a resolver os problemas atuais”, destacou a especialista durante sua apresentação. 

Carolina da Costa, CIO na Stone, destacou a importância de abordar a questão da mudança climática sob uma perspectiva social. “Quando você olha do aspecto social, a Stone lida com micro e pequenos negócios, e é para ela que precisamos olhar. Como essas pessoas percebem a consequência da mudança climática? Se elas não são educadas sobre essas questões, acabam contribuindo para o problema. E são questões de lidar com a água, energia, reciclagem, tudo isso representa 90% das emissões globais.”  

Ela enfatizou a necessidade de investimentos que proporcionem conhecimento, capital e assistência técnica para essas empresas se tornarem mais resilientes. “Precisamos administrar comunidades para que se tornem conscientes de como utilizar tecnologias e inovações disponíveis para mudar de forma mais efetiva”, explicou. 

Contribuição das empresas para o meio ambiente  

A re.green restaura florestas nativas em áreas historicamente degradadas, selecionadas a partir de inteligência espacial e com base em seu potencial de regeneração. Segundo Bernardo Strassburg, um dos fundadores da empresa, ao escolher locais estratégicos para a restauração, é possível capturar até 10 vezes mais carbono do que por escolha aleatória. “Nós conversamos com as comunidades e entendemos os problemas que acontecem por lá, como falta de recursos de água, humidade, sujeira, e tentamos procurar áreas que tenham o maior impacto em termos de biodiversidade. Então, quando escolhemos um lugar, o restauramos e geramos serviços diferentes além da captura de carbono”, compartilhou Ana.  

Além disso, a empresa busca áreas onde possa ter o maior impacto na biodiversidade, como o projeto em Traviu, em Jundiaí, e Maracaçumé, no Maranhão, onde 170 famílias dependem da área para sua subsistência. Plantando árvores, a empresa não só contribui para o meio ambiente, mas também fornece recursos para a comunidade. Com o monitoramento da biodiversidade, a empresa visa garantir o impacto positivo de suas restaurações a longo prazo.  

Já a Stone atraiu US$ 500 milhões para investir em pequenos negócios e conscientizá-los sobre as questões do clima. Carolina ressaltou o setor alimentício como um exemplo, onde muitas iniciativas podem ser implementadas para apoiar esses negócios, desde a gestão eficiente de recursos, como água, alimentos, lixo, entre outros, até a adoção de tecnologias sustentáveis.  

A especialista também discutiu a importância da colaboração entre empresas e comunidades, citando estudos que demonstram os benefícios do trabalho conjunto para o desenvolvimento econômico e social. Empresas comprometidas com o impacto social podem desempenhar um papel crucial na coordenação dessas interações, promovendo produtividade, eficiência e resiliência para os negócios locais. Para ela, a vitória é possível quando as empresas mapeiam as necessidades e desafios de cada setor, colaborando para fortalecer e transformar as regiões locais. Essa abordagem integrada, que combina recursos financeiros, conhecimento e educação, é fundamental para o sucesso tanto no aspecto social quanto ambiental. 

Para finalizar a palestra, Carolina explicou que além da oportunidade, outras três palavras são fundamentais para enfrentar a crise climática: social, ambiente e cooperação, que estão interligados. Destaca-se a importância das pequenas empresas, que, quando focadas na interseção entre o social e o ambiental, têm um papel crucial na construção de um futuro sustentável.

A cooperação também é destacada como um elemento-chave, com Carolina enfatizando a necessidade de empresas, governo e instituições financeiras trabalharem em conjunto para desenvolver modelos econômicos vantajosos para todos. “Para alcançar resultados efetivos, é essencial que todas as partes envolvidas trabalhem em conjunto como comunidades resilientes e educadas, comprometidas com o bem-estar do ambiente e da sociedade”, completou.  


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