O  Fórum Econômico Mundial já previu: 65% das crianças na escola primária hoje irão trabalhar com profissões que ainda não existem. Os avanços tecnológicos são apontados como os grandes responsáveis pelas rápidas mudanças e, em meio a essa transformação, o modelo educacional existente há muito deixou de ser atraente para os estudantes.

Dados do Inep do Censo Escolar (2015) apontam que a taxa de evasão no Ensino Superior acumulada em cinco anos para aqueles que entraram numa faculdade em 2010 foi de 49%. Dentre os motivos apontados estão a falta de identificação com o curso e a desinformação na opção por uma carreira profissional.

Pensando na perspectiva de atender essa demanda do mercado, a startup 49 Educação nasceu no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e chega ao mercado brasileiro para preencher esta lacuna para jovens que já não se encaixam no modelo educacional tradicional. Levando em conta as habilidades necessárias para o profissional do futuro listadas pelo Fórum Econômico Mundial, como pensamento crítico, inteligência emocional e flexibilidade cognitiva, a 49 apresenta um modelo de educação voltado para a aplicação prática e rápida na criação de startups e negócios inovadores.

O nome 49 surgiu como referência às primeiras pessoas que chegaram para habitar a Califórnia, na Corrida do Ouro, em 1848. No ano seguinte, em 1849, alguns dos habitantes começaram a empreender em outras áreas além da mineração. Estes 49ers, primeiros empreendedores da região, representam a cultura de determinação e progresso que existe no Vale do Silício e a 49 Educação traz este protagonismo para a educação brasileira.

Primeira turma

O ecossistema de inovação catarinense em expansão, um dos maiores polos do setor de tecnologia do Brasil, com 11,2 mil empresas, segundo o Tech Report da Associação Catarinense de Tecnologia de 2019, fez com que estado fosse o escolhido para sediar a primeira turma.

Foi ao perceber esse movimento empreendedor tecnológico em efervescência, aliado a sua experiência como professor e gestor educacional, que Leandro Piazza, cofundador da 49 Educação, viu que havia uma necessidade de criar um novo modelo educacional para estimular esse ecossistema:

“Meus alunos me perguntavam como criar uma startup, vinham com boas ideias, eu oferecia alguns caminhos, eventos pontuais, mas via que muitos não seguiam adiante por não saberem como estruturar seu negócio de forma prática e desanimavam. Não quero estimular que os universitários abandonem seus cursos, mas oferecer um complemento”,explica.

Em uma imersão de três meses no Vale do Silício no início de 2019, no programa Accelerate your Startup, em Stanford, Leandro estruturou a 49 Educação. Como comumente acontece no mundo das startups, a própria 49 pivotou – mudou o conceito inicial. A ideia original era criar um escola de soft skills, habilidades comportamentais desenvolvidas no lado esquerdo do cérebro, como comunicação interpessoal, pensamento crítico, atitude positiva entre outras – muito mais valorizadas pelas empresas atualmente.

Porém, ao vivenciar a cultura do Vale do Silício, o fundador se uniu a estudante universitária Bibiele Natalie, para trazer o conceito de startup university. Em uma pesquisa com mais de dois mil estudantes universitários, os fundadores viram as principais necessidades dos jovens e criaram uma metodologia própria.

Inspirada na estrutura de instituições inovadoras, como a Singularity University e a Draper University of Heroes – universidade que não tem sala de aula, prova e diploma – o método CHAMP foi desenvolvido levando em conta as habilidades dos profissionais do futuro citadas pelo Fórum Econômico Mundial. Cada uma das letras representa a parte prática: conteúdo, habilidade, atitude, mentoria e prática.

De acordo com Leandro, a metodologia da startup foi testada com mais de 500 alunos do Movimento Empreenda Júnior. A primeira turma começa em março de 2020, em Florianópolis. E expectativa dos fundadores é a expansão de uma franquia a cada ano.

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