Há tempos eu queria escrever esse texto. Mas foi na nossa última festa de fim de ano da Confiance Medical que me inspirei para tirá-lo da cabeça e colocá-lo no papel.

Sou adepto da ideia de que as conquistas precisam ser comemoradas. Por isso, fizemos a nossa festa de fim de ano em grande estilo — com direito a chopp artesanal e tudo — convidando todo o time e também, depois de três anos, os familiares dos Confiantes — esse é o nome de quem trabalha na Confiance Medical.

A verdade é que eu não tinha me dado conta de como a empresa cresceu. A ficha caiu quando cheguei e vi aquele tanto de gente presente: cerca de 130 pessoas reunidas, com mais de 20 crianças espalhadas pela festa. Além do Rio e de São Paulo, tinham pessoas também do interior e do Nordeste, deixando o time cada vez maior. Eu estava com a minha filha e confesso que fiquei com uma sensação mista de emoção e medo.

Emoção por conseguir impactar positivamente tanta gente e medo por saber que as decisões estratégicas da empresa têm um alcance muito grande. Percebi ali, no começo da festa, que seria difícil falar sem me emocionar, principalmente porque minha filha Luisa estava ao meu lado. E não deu outra. As palavras travaram na garganta, o coração acelerou de estar ali na frente e me emocionei ao agradecer a todos pelo que realizamos juntos até ali.

O ano de 2018, em especial dezembro, marcou de forma significativa a nossa história.

Nós conseguimos crescer em termos de faturamento, mesmo em meio à crise brasileira, tenho orgulho de dizer que nossos clientes estão cada vez mais satisfeitos com nosso serviço — nosso NPS chegou em 69, maior do que muitas empresas globais que tanto admiramos — e ainda lançamos a Câmera e o monitor 4k, inovações que nos deixaram ainda mais comparáveis aos maiores players mundiais do mercado de videocirurgia. Para acelerar esse crescimento, recebemos a segunda rodada de investimento do Criatec. E como reflexo desse trabalho, fomos reconhecidos como uma das melhores empresas para se trabalhar, segundo o Great Places to Work, e entre as que mais crescem no Brasil, segundo a Deloitte.

Muita notícia boa para comemorar naquele dia!

Quando meu amigo e conselheiro Mattão chegou aquele dia, a surpresa foi imediata: “Caramba, o negócio cresceu, hein?”. Ele acompanha a Confiance Medical antes dela sequer existir. O Mattão foi uma das primeiras pessoas para quem o Guarany e eu mostramos o plano de negócios da Confiance, antes de abrirmos a empresa. Hoje ele é parte do nosso Conselho, acompanhando os resultados e o crescimento. Mas nada é mais impactante do que ver as pessoas que fazem o negócio acontecer no dia a dia, ali reunidas celebrando.

Naquele momento, lembrei de uma conversa que tive com um embaixador da Endeavor há um tempo. O pai dele, um empreendedor norueguês, veio para o Brasil, enfrentou uma série de dificuldades, mas construiu um grande legado. E para materializar esse legado, ele comentou “Meu pai gerou 130 mil empregos”. Esse número me marcou. Ele poderia ter falado do faturamento, dos bens que conquistou, mas o verdadeiro impacto estava nas pessoas que fizeram parte do negócio. 100 mil empregos não é para qualquer um. Fico imaginando a festa de fim de ano Confiance Medical se tivéssemos 130 mil Confiantes…seria um Carnaval!

Isso tudo só reforça o que eu sempre falo e pouca gente acredita: Não faça por dinheiro, faça algo que você gosta e por um propósito. Não conseguimos chegar longe (ainda mais com tantas dificuldades que o Brasil cria) se o pensamento for só em relação ao dinheiro.

No livro Capitalismo Consciente, gosto de um parágrafo que diz o seguinte:

“O mito de que a maximização dos lucros é o único objetivo da empresa manchou a reputação do capitalismo e da legitimidade dos negócios. Precisamos recontar essa narrativa e restaurá-la a sua verdadeira essência: a de que o propósito da empresa é melhorar a nossa vida gerando valor para as partes interessadas”.

Uma vez eu ouvi uma frase que falava o seguinte: “Se quiser ser feliz não se case, mas se quiser fazer o outro feliz, case”. Hoje tenho certeza de que essa frase também serve para os empreendedores: “Se quiser ser feliz, não empreenda, mas se quiser fazer muita gente feliz, abra uma empresa, tenha um propósito e envolva as pessoas no seu sonho.”. E esse é um trabalho diário, de segunda a sexta durante o ano todo. Na nossa festa, celebramos o que conquistamos no ano, mas tudo só foi possível porque aquele mesmo clima estava presente de segunda a sexta, na Confiance.

Empreender é difícil demais, lidar com gente, enfrentar o risco absurdo, lutar contra as estatísticas… isso tudo traz preocupação e alguns momentos tristeza, mas quando você vê as pessoas felizes, amizades construídas, sonhos realizados, famílias unidas em volta do sonho que um dia foi só seu e dos seus sócios, você tem a felicidade plena. Nesse instante, todo o sacrifício passa a valer a pena.

Trabalhar com a área médica nos faz ter ainda mais clareza do nosso impacto. Meu amigo e mentor Anderson Thees costuma me dizer: “você tem um negócio mágico porque quanto mais você for produtivo e eficiente, mais valor vai gerar para a empresa e mais benefícios vai trazer para a sociedade. Nem todos os negócios tem esse poder.”.

A Confiance Medical era fabricante de equipamentos de videolaparoscopia até o Bruno, o Fernando, o Guarany e eu nos tornarmos Empreendedores Endeavor. Depois dessa seleção, a Endeavor nos mostrou o poder que um propósito pode ter. Hoje eu não digo que fabricamos equipamentos de videolaparoscopia, eu digo que trabalhamos para acabar com a cicatriz da cirurgia aberta. Esse é o nosso sonho grande e isso é muito mais forte e motivador do que ser apenas um fabricante de equipamentos médicos.

Para mensurar o impacto positivo que deixamos, criamos o cicatrizômetro, que mede o tamanho da cicatriz da cirurgia aberta que os nossos equipamentos já evitaram, e hoje já evitamos 152 km e temos a desafiante meta de evitar 437 km até 2022. Essa é a distância entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, pensando na Dutra, estamos em Resende.

Se você entrar no nosso site conseguirá acompanhar aonde estamos atualmente e a atualização do nosso cicatrizômetro com o passar do tempo.

Este é o quarto artigo que escrevo para a Endeavor e eu não podia deixar de relacionar à minha filha Luisa. Para aqueles que não sabem, o significado de Luisa é “lutadora”. Eu sempre achei Luisa um nome lindo, ainda mais porque sou super fã do Luiz Gonzaga, mas o que mais me atraiu no nome foi o seu significado. Sem luta não se chega a lugar nenhum. Se a Luisa quiser empreender, eu não tenho dúvidas de que, independente do empreendimento, sem resiliência, ela não vai muito longe.

Quando ela era recém-nascida, eu cantava a Música Tente Outra Vez do Rauzito para ela dormir, e sempre rolava uma emoção maior na parte que falava “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo, tente outra vez”. Voltando para a nossa festa de fim de ano, quando vi aquela galera toda olhei para a Luisa e pensei “pequena, estou de alguma forma sacudindo o mundo e vou te ensinar, que apesar de todas as dificuldades vale a pena”.

O legal é que com apenas 4 anos ela já sabe que eu trabalho por um propósito. Quando alguém pergunta o que o seu pai faz, ela responde: “ele é empreendedor e acaba com a cicatriz.

Ela começou entender o meu propósito ano passado quanto tive que fazer uma cirurgia para a retirada de um cálculo renal, a famosa pedra nos rins. Conversei com o meu médico, Dr. Juan Renteria, e ele indicou fazer no Copastar, um dos melhores hospitais do Rio. Eu aceitei, mas com uma condição: operar com os equipamentos de videocirurgia da Confiance Medical — que eu mesmo levaria no dia. Ele aceitou e marcamos a cirurgia.

Minha sogra, Dona Graças, veio de Minas para ficar com a Luisa, enquanto a minha esposa me acompanhava no Hospital. Em uma conversa com a Luisa, ela perguntou, cadê o seu Pai e ela respondeu: “Foi fazer uma cerurgia (com e mesmo), ele está com umas pedrinhas na barriga e o médico vai abrir a barriga dele para tirar tudo.”

Acredito que o “abrir a barriga” seja influência da História da Chapeuzinho Vermelho, que na versão antiga, que eu contei para ela, fala sobre o caçador que abriu a barriga do lobo para retirar a Vovozinha.

Na verdade, ela não estava completamente errada, porque se não fossem os equipamentos de vídeo, o médico realmente iria abrir a minha barriga. Quando cheguei em casa, no dia seguinte, a primeira coisa que ela fez foi levantar a minha camisa e perguntar: “ele não abriu a sua barriga?”, com muita emoção eu falei: “Não, filha, ele usou os equipamentos que Papai fabrica”. Ali eu senti na pele, literalmente, o benefício que o meu sonho grande traz para a sociedade e no fim é isso que me motiva.

Se você é empreendedor e faz por um propósito, não ligue para aqueles que dizem ser loucura não trabalhar por dinheiro, eles não sabem o que falam e dificilmente vão nos entender.

Espero que em 2019 e também nos próximos anos, muitos brasileiros busquem o seu sonho porque só assim vamos conseguir sacudir o nosso mundo, e é através do empreendedorismo que vamos conseguir mudar o destino do nosso país.

Seja sincero, deseje profundamente e envolva pessoas que tenham o mesmo pensamento. Você também será capaz de sacudir o mundo e se não der certo na primeira vez: Tente outra vez.

O post Você será capaz de sacudir o mundo! aparece em Endeavor.

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